Monday, May 14, 2007

Escala Warhol


Mesmo ignorando as celebridades mortas que continuo a ver todos os dias nas ruas de Lisboa (ontem foi Lyndon Johnson a beber um carioca em Entrecampos) é inquestionável que dou um bigode ao Pedro Mexia na questão importantíssima da Escala Warhol. Aliás, nem sei como é que gestos tão irrisórios como "apertar a mão" e "trocar duas frases" podem entrar nesta contabilidade.
Antes de mais, o Martin Amis. Toda a gente já conheceu o Martin Amis. Toda a gente já conheceu o Martin Amis duas vezes. Mas quantos se podem gabar de lhe terem roubado uma esferográfica? ("I don't know Mr. Amis. I saw it on the table, and then it just vanished.")
Julgo não ter de recordar os leitores mais atentos de que Jimmy Page já bebeu uma cerveja debaixo do mesmo telhado que eu, numa sessão repleta de abraços e juras de amizade eterna. O encontro com Gore Vidal não foi tão memorável, por causa do jet lag (dele, não meu), mas ainda assim o Decano do Boato arranjou tempo para elogiar a esferográfica que lhe estendi para assinar o meu exemplar de Duluth ("That's a Carabiner: an excellent pen." "Thank you, Mr. Vidal. It used to belong to Martin Amis." "Oh yes, Martin Amis. I've met him. Twice.")
Mas a nêspera no topo do pudim é mesmo David Suchet, para quem, no saudoso Verão de 2001, preparei uma esplêndida refeição de peixe e batatas cozidas. (Tudo, devo frisar, dentro da mais estrita heterossexualidade.)
Poirot, robalo e vinho branco: beat that, Mexia.

(Já agora, não sei quem terá sido o responsável pelo conceito revolucionário dos parênteses em letra pequenina no fim dos posts, mas eu limitei-me a roubá-lo daqui).

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