Ver o Siegfried no São Carlos em plena crise tem um significado distinto. Encontrar no átrio alguns ministros ou o porta-voz das petrolíferas, que parecem estranhamente calmos, deixa de ser mundano para ganhar laivos de saga heróica.
O longuíssimo primeiro acto põe à prova mesmo o melómano mais furioso. Mostra-nos Siegfried, "o que não sente medo", forjando de novo a espada Nothung com que, no segundo acto há-de vencer e matar o dragão (não, esta história não fala de pinto da Costa).
O dragão Fafner, antes de morrer, era nada mais nada menos do que o guardião da gruta do Ouro do Reno (não, não se trata dos cofres fortes do Banco Central da Alemanha) que passa assim a estar à mercê de Siegfried.
Acho que é nestes tempos de crise que sinto verdadeiramente a empatia com heróis como Siegfried.
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