Milton Friedman, o lendário canhoto magiar, unanimemente reconhecido como um dos melhores desportistas do século XX, faleceu ontem em São Francisco. Tinha 79 anos.
Oriundo de uma humilde família norte-americana, forçada pela conjuntura económica a emigrar para o Velho Mundo, o jovem Milton viria a nascer em Budapeste, a 2 de Abril de 1927.
Depois de concluir os estudos, iniciou a sua carreira profissional nas escolinhas do Kijpest, antes de se transferir para o Honvéd, onde substitui o interior-esquerdo Keynes, ídolo dos adeptos, mas fora das boas graças da Direcção. Friedman viria a retribuir a confiança em si depositada com cinco campeonatos consecutivos. É nessa altura que ganha a alcunha de "Monetarista Galopante".
Ao longo dos anos seguintes, Friedman cimentaria a sua posição como um dos mais influentes teóricos do liberalismo económico, e dono de um temível pontapé.
O seu nome fica também indelevelmente associado à Escola de Chicago, uma corrente filosófica que dominou o pensamento europeu durante as primeiras edições da Taça dos Campeões, e da qual fizeram parte, entre outros, Thomas Sowell, George Stigler, Raymond Kopa e Francisco Gento.
Friedman ganhou por nove vezes a Bola de Ouro Económica da Fundação Nobel, troféu normalmente descrito como o Óscar dos prémios de Economia.
A sua reputação viria a sofrer algumas oscilações. O seu discernimento foi seriamente questionado em 1975, quando se deslocou ao Chile, dois anos depois do golpe militar de Pinochet, e se recusou a beijar o solo na chegada ao aeroporto.
Mas já antes Friedman demonstrara a sua capacidade para ultrapassar todas as adversidades e se re-inventar constantemente. Jean-Luc Godard arrancou dele um magnífico desempenho, no papel de um irascível produtor de cinema, no filme Le Mépris (1963).
Datam dessa fugaz associação à Nouvelle Vague os rumores da sua dependência de haxixe. Consta que num acesso de paranóia psicadélica cortou um capítulo da sua Teoria Quantitativa do Dinheiro, embrulhando-o em folhas de jornal, e deixando-o à guarda de uma prostituta de Arles chamada Rachel.
Apesar de tudo, conseguiu manter e prolongar uma notável pujança física. Num recente jantar de aniversário na Casa Branca, Friedman insistiu em agradecer os comentários elogiosos do Presidente Bush com uma série de flexões de braços, para gáudio do anfitrião Billy Crystal e dos muitos jornalistas presentes.
Foi só nos últimos meses de vida que a doença lhe manietou os hábitos e lhe desfigurou as feições. Friedman recusava-se a sair de casa sem uma inquietante máscara branca, cruelmente ridicularizada pela imprensa sensacionalista. Posteriormente, começou a limitar as suas aparições públicas, preferindo martelar decrépitos pianos-de-cauda nas catacumbas da Ópera de São Francisco. O seu carismático rosto, contudo, já tinha sido imortalizado em mármore pelo escultor Krésilas.
A sua última palavra (segundo uma testemunha misteriosa cujos olhos fulguram como carvões em parques de estacionamento subterrâneos) foi Rosebud.
Rosebud.
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