É a segunda vez em menos de uma semana que a distância me impede de cumprir um dever de cidadania. Para vocês, os do lado de lá, não há desculpas. Se acham que têm melhores coisas a fazer numa sexta-feira à noite, estão redondamente enganados. Eu já me informei: o Sporting só joga amanhã, o último livro do Pynchon ainda não chegou aos escaparates lusos, e a vossa vida sexual, francamente, já conheceu melhores dias. Vão ficar em casa a fazer o quê?
Vão antes a Santos ver um concerto, onde, por um preço antediluviano, terão acesso a exorbitantes recompensas sonoras.
(Full disclosure: eu não conheço esta malta de lado nenhum, nem estou a ser pago pela publicidade. O que acontece é que, aqui há uns anos, na minha idealista e empreendedora adolescência, escrevi um panfleto em dez bullet-points, subordinado ao tema «O que Portugal precisa». O ponto 7 era precisamente, e passo a citar: "Portugal precisa de mais bandas de panque medieval, formadas por gajos Protestantes da bacia do Tejo".
Seria portanto de uma oleosa hipocrisia vir agora fingir indiferença perante tamanho obséquio do Acaso.
E não se iludam: isto é apenas o começo. O país Casanova já só está a nove tópicos de distância.)
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