Ontem passei a tarde em Lazarim, no concelho de Lamego, onde o carnaval ainda não foi "infectado" pelo samba. O pessoal mistura-se com as máscaras esculpidas em madeira
e depois acaba tudo à volta das panelas do feijão.
O prato forte durante a tarde de terça-feira são os testamentos dos compadres e das comadres que consistem, no essencial, em "rebentar as broncas" aos jovens da terra.
Aqui vão alguns exemplos das quadras lidas no largo da aldeia perante os foliões:
Quando tocares no apito
Não o mostres a ninguém
Apenas à namorada
Para ela o tocar também
Não sei que raio vos deu
Parece que é comichão
Passais a vida a coçar
O instrumento com a mão.
Sois todos uns paneleiros
Que não valem 2 vinténs
Ninguém quer de vós saber
Até vos mijam os cães.
[excerto do Testamento do Compadre de 2000]
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